quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Folhas de Ouro



Folhas de Ouro, G. K. Chesterton, 1900



Olá! Cheguei ao Outono

Onde todas as folhas são de ouro

Cabelos cinzentos e folhas douradas clamam

Está velho o ano, e estou eu.




Na juventude procurei o príncipe dos homens,

Capitão na guerra das estrelas,

O nosso Titã; até as ervas daninhas o conhecem

Desafiador, até às estrelas.




Mas agora, uma coisa importante, na rua

Parece um acenar de cabeça humano,

Para baixo e para cima, numa estranha democracia

O milhão das máscaras de Deus.




Na juventude procurei a flor dourada

Escondida no bosque ou na charneca,

Cheguei agora ao Outono

E todas as folhas são de ouro.






Lo! I am come to autumn,
When all the leaves are gold
Grey hairs and golden leaves cry out
The year and I are old.

In youth I sought the prince of men,
Captain in cosmic wars,
Our Titan, even the weeds would show
Defiant to the stars.

But now a great thing in the street
Seems any human nod,
Where shifts in strange democracy
The million masks of God.

In youth I sought the golden flower
Hidden in wood or wold,
But I am come to autumn,
When all the leaves are gold.1

Tradução António Campos



1 – G. K. Chesterton. Gold Leaves. The Wild Knight and Other Poems. Greybeards at play. 1900.


Tributo final de Walter de la Mere, escrito para o memorial de Chesterton:

Cavaleiro do Espírito Santo, ele segue o seu caminho,
A sua sabedoria era heterogénea; a verdade, a sua brincadeira amorosa;
Os moinhos de Satanás mantêm-se no jogo,
A piedade e a inocência no seu coração, em repouso.

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