Separai-me dos meus ossos, ó espada de Deus,
Até que eles se ergam hirtos e estranhos como árvores;
Que eu cujo coração sobe com as madeiras crescentes
Me possa maravilhar tanto quanto elas.
Separai-me do meu sangue que no escuro
Separai-me do meu sangue que no escuro
Ouço esse rio rubro ancestral,
Como rede subterrânea de torrentes que encontram o mar
Mas nunca vêem o sol.
Dai-me olhos miraculosos para ver os meus olhos,
Esses espelhos que rolam vivos em mim,
Cristais terríveis mais incríveis
Do que tudo aquilo que vêem assim.
Separai-me da minha alma, para que eu veja
Os pecados como feridas que correm, o vigoroso pulsar da vida;
Até que eu me salve, como salvaria
Um qualquer estranho que na rua seguia.G. K. Chesterton, tradução António Campos
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